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Nos últimos anos, o Brasil assumiu posição relevante no mercado global e já provou sua capacidade de competir com importantes players. A economia vai bem, a inflação está controlada, o agronegócio surpreende, a classe C aumentou sua capacidade de compra e, nos esportes, o País se destaca por ter conquistado o direito de sediar os dois principais eventos mundiais: Copa do Mundo e Olimpíada. Se o Brasil era apenas reconhecido mundialmente como o país do futebol e do carnaval, atualmente já é também o país que exporta profissionais capacitados, sedia grandes companhias multinacionais, é forte como nação e tem um povo pacífico e amistoso. É motivo de orgulho fazer parte de uma nação que cresceu e conquistou tanto nos últimos anos. Mas, como executiva de um grande grupo brasileiro, sei bem que o sucesso não se mantém sem que haja o esforço contínuo em melhorar. O pai do Marketing, Philip Kotler, diz que "qualquer empresa ou país pode passar por problemas, mas temos que ter inteligência competitiva identificando os sinais de alerta e as oportunidades". Hoje, no Brasil, vislumbramos um futuro de oportunidades que só iremos concretizar na medida em que identificarmos os sinais de alerta. Um deles - talvez o principal - seja a educação. O Brasil que queremos para nossos filhos e netos precisa ser melhor do que o Brasil que temos hoje e a chave para impulsionar e sustentar o crescimento do País nos próximos anos é o fortalecimento do sistema educacional. No Brasil, segundo o resultado de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o índice de analfabetismo ainda é de 9,7% da população com mais de 15 anos e o governo brasileiro tem uma meta estabelecida pelo Unicef de reduzir o analfabetismo da população a 6,7% até 2015. Este indicador deve ser encarado como um sinal de alerta. É preciso pensar para frente: a educação do país precisa continuar melhorando, como já vem acontecendo nos últimos anos. Até porque, com a proximidade dos eventos esportivos sediados no Brasil, o país estará na vitrine mundial nos próximos anos. O MEC está atento a esta realidade e já estabeleceu algumas prioridades para os próximos anos, entre as quais: ampliação do ensino fundamental, redução da distorção entre idade e série nos anos finais do ensino fundamental - a taxa atual é de 59,2% - e implementação da obrigatoriedade da escola dos 4 aos 17 anos até 2016. Neste último item, o caminho já está sendo trilhado por meio do Programa Todos pela Educação. Em 2009, 91,9% dos brasileiros entre 4 e 17 anos estavam na escola e a meta é chegar a 98% em 2022. Outros projetos merecem nossa atenção. É o caso do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) criado em 2007 pelo governo federal com o objetivo de medir a qualidade do ensino nas escolas públicas brasileiras e acompanhar os níveis de aprovação e evasão dos alunos. Hoje, o IDEB é de 3,8 para a primeira fase do ensino fundamental e, até 2022, a meta é alcançar nota 6, em uma escala de 0 a 10. Para sustentar as metas do MEC, o investimento público em educação básica também tem aumentado gradativamente. Em 2009 representou 4,3% do PIB. De 2010 até 2022, a meta do MEC é destinar 5% ou mais do PIB. A boa notícia é que, na medida em que aumenta o percentual do PIB destinado à educação - e este mesmo PIB cresce acompanhando os resultados econômicos -, não é só o percentual que aumenta, mas também cresce o volume de recursos. O esforço do MEC tem recebido apoio da classe empresarial. Segundo estudo elaborado pelo Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), no período de 2007/2009, as empresas destinaram mais recursos a projetos sociais na área da educação, concentrados na população jovem e direcionados principalmente às regiões Sudeste e Sul do país. Outro estudo, realizado pelo Ipea, mostra que, em 2004, 600 mil empresas aplicaram juntas 4,7 bilhões de reais em ações sociais (25% desse valor foi para a educação). Em 2000, eram 462 mil empresas investindo no terceiro setor, mas apenas 19% dos projetos tinham foco na educação. Atualmente, há mais de 19 mil instituições, entre ONGs e fundações privadas, atuando pela melhoria da qualidade da educação no país, segundo o IBGE. Institutos e fundações financiadas pela iniciativa privada oferecem cursos profissionalizantes e técnicos, formação complementar de professores, projetos culturais, custeio de cursos para os profissionais, oferecimento de bolsas de estudo, prêmios para iniciativas criativas na área de ensino, entre outros. O investimento em educação não dá resultados no curto prazo, mas temos convicção que, em alguns anos, vamos começar a colher os frutos deste investimento público e privado e o Brasil continuará seguindo a rota de desenvolvimento que todos queremos. Eliane Garcia Melgaço, Vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade do Grupo AlgarA educação que queremos para o Brasil. |
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terça-feira, 26 de abril de 2011
A educação que queremos para o Brasil
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