| | |
Sex, 19 de Agosto de 2011 00:00 |
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou na manhã desta quinta-feira (18) os dados relacionados aos reajustes salariais do 1º semestre de 2011. De um total de 353 negociações, 84% obtiveram ganhos acima do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor medido pelo IBGE, o que representa o segundo melhor patamar desde 2008, quando a entidade passou a analisar os reajustes conquistados exclusivamente pelas unidades de negociação pertencentes a um painel controlado de categorias profissionais. Apenas em 2010, um ano excepcional para a economia e para as negociações salariais brasileiras, a proporção de unidades de negociação com reajustes acima da inflação superou o apurado em 2011, chegando ao percentual de 87%. Se considerado reajustes iguais ou superiores à inflação o número salta para 93%. O índice de inflação registrado no período foi de 6,4%. Segundo o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, os dados positivos registrados neste primeiro semestre contrariam o discurso apocalíptico ancorado pelo presidente do BC, Alexandre Tombini e por setores especulativos de que salário gera inflação e que, por isso, seria necessário arrefecer as campanhas salariais. "As negociações vem confirmando a tendência de crescimento desde 2004. Mesmo com o discurso recessivo de setores do governo e do empresariado, as categorias obtiveram um percentual estável de ganhos reais em relação a 2010, um ano atípico. É preciso ter clareza que não há nenhuma evidência de que o salário seja o grande responsável pela inflação. Pelo contrário. O exemplo americano e europeu, com países adotando o modelo do arrocho e se afundando cada vez mais nos mostra o quão importante é o fortalecimento do mercado interno, buscando um modelo de desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalhador", declara Silvestre Outro dado importante revelado pela pesquisa do Dieese foi de que em 2011, permaneceu em dois dígitos o número de negociações que obtiveram ganhos acima de 3% do INPC, chegando ao patamar de 12%, abaixo apenas de 2010 que registrou 15%. Mesmo mantendo a tendência de crescimento, Silvestre lembra que ainda há uma lacuna grande entre ganhos reais para os trabalhadores em relação aos ganhos de produtividade. Ele recorda que entre 2008 e 2011 a média de ganhos reais ficou em 4,6%, o que representa um valor muito pequeno se comparado, por exemplo, com a média de crescimento do PIB. As empresas continuam batendo recordes de lucro baseado no aumento da produtividade. A CUT tem reiteradamente convocado seus sindicatos a pressionar e se for preciso fazer greve, para que estes ganhos sejam compartilhados com a classe trabalhadora, seja por meio de redução da jornada de trabalho sem corte nos salários ou por reajustes reais. Fonte: FETAM/RN |
Nenhum comentário:
Postar um comentário