Representantes de instituições fiscais e monetárias destacaram que medidas anticrise asseguraram números adequados à economia no primeiro quadrimestre de 2010
Senador Francisco Dornelles (C) coordena audiência pública que avaliou política fiscal no início do ano passado |
Os especialistas que analisaram, ontem, os grandes números da economia nacional nos quatro primeiros meses de 2010 destacaram o acerto das medidas tomadas pelas autoridades econômicas no enfrentamento da crise mundial de 2008 e 2009. O debate foi promovido pela Subcomissão Temporária de Avaliação da Política Fiscal, presidida por Francisco Dornelles (PP-RJ) e vinculada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Fernando Alberto Sampaio Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, tratou do impacto fiscal das medidas adotadas pela instituição e apontou a importância do aumento das reservas internacionais como defesa contra oscilações externas e dos aportes do BC ao BNDES para execução de políticas antirrecessivas — para este ano, são previstos pelo BC mais R$ 55 bilhões em aporte.
— O impacto que isso tem nas estatísticas fiscais é um aumento da dívida bruta no montante dos títulos emitidos e, na dívida líquida, esse impacto é neutro — informou.
Tatiana Lacerda Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostrou como o Brasil tem aproveitado a alta das commodities no mercado internacional para aumentar suas exportações, com ênfase em produtos básicos. Chamou a atenção a diversificação dos destinos das exportações, com o surgimento de novos polos econômicos, mas com um motivo de preocupação
— São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro respondem por 50% de tudo aquilo que o Brasil exporta. Isso mobiliza o Ministério do Desenvolvimento a favor da inclusão de novas empresas de diferentes origens no esforço exportador — disse.
Cleber Ubiratan de Oliveira, subsecretário de Planejamento e Estatísticas Fiscais da Secretaria do Tesouro Nacional, ressaltou as políticas de ajuste fiscal que geraram efeito no período. Passada a crise, a arrecadação tem mostrado um aumento "bastante favorável". Por sua vez, Raimundo Eloi de Carvalho, da Coordenação de Previsão e Análise de Arrecadação da Receita Federal, comparou as receitas do primeiro quadrimestre de 2011 com o mesmo período do ano passado, registrando o crescimento de 38% na arrecadação de IOF. O impacto negativo da crise de 2008 está superado com uma "constante evolução" no crescimento do recolhimento de tributos federais desde outubro de 2009, afirmou.
Fonte: senado.gov.br
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