Seguidores

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mulher engravida de marido morto!

     Uma mulher deu à luz a uma menina nesta segunda-feira (20), no Paraná, depois de engravidar do marido já morto, por meio de inseminação artificial. A professora Kátia Limermeier é a primeira mulher no Brasil a conseguir o feito na Justiça. Um caso como esse foi registrado apenas na Austrália.
     Seu marido morreu em fevereiro de 2010 de câncer. O Conselho Federal de Medicina chegou a impedir que o médico fizesse a inseminação, já que ele não havia deixado uma autorização por escrito.
     A professora disse que o casal decidiu armazenar o esperma desde que descobriram que seu marido estava com câncer. Essa seria a garantia de que poderiam ter filhos no futuro.

  
       O bebê que a professora Kátia Lenerneier está esperando representa uma grande vitória. “Um sonho que deu pra gente concluir. A herança genética do meu marido eu estou trazendo com felicidade. A gente já fica realizada. É um sonho mesmo, de todas as mães.”

     Engravidar sempre foi o grande desejo do casal, mas o marido descobriu, aos 33 anos, que estava com um tipo agressivo de câncer de pele. “Durante todo ano eu só tive emoções fortes, foi um ano bastante complicado. O ano de 2010 vai ficar marcado na minha vida de várias formas”, se emociona.
      Antes de começar a quimioterapia, que poderia deixá-lo infértil, Roberto optou por guardar o sêmen. O material ficou congelado a 200 graus negativos em uma clínica. Enquanto Roberto estava vivo, o casal iniciou o tratamento de reprodução, mas ele foi interrompido porque o câncer havia se espalhado para os ossos do marido.
     “Eu tive uma gravidez e perdi, continuamos tentando, mas não sabia que ele estava doente. As tentativas nunca davam certo e mesmo com o sêmen foi bem difícil pelo fato do sêmen estar fraco.”

     Um ano depois do diagnóstico Roberto morreu. Foi em fevereiro do ano passado. “Ele já não falava, mas ele estava respirando e a médica falou: ele está te escutando. Eu fui no ladinho dele e falei: eu vou ter nosso filho. Era um sonho meu, era um sonho dele e eu cumpri.”
      Roberto não deixou por escrito a vontade de ser pai. Kátia precisou então recorrer à justiça e conseguiu uma liminar que autorizou a clínica a fazer a fertilização com o sêmen do marido. Ela engravidou na segunda tentativa.
      Os médicos usaram uma técnica chamada fertilização in vitro. Os óvulos são fertilizados em laboratório. Depois os embriões são transferidos para o útero da mulher. A autorização da justiça, em casos em que o homem não deixa a vontade documentada, é inédita no país.
      “Na medicina comentaram que um médico trata de dor, sofrimento e morte. Eu graças a deus batalho pra vir uma nova vida no mundo”, diz Lídio Ribas Centa, médico especialista em reprodução assistida.
      Kátia engravidou em outubro do ano passado, apenas oito meses depois que o marido, Roberto, morreu. Para ela, o bebê que está por vir representa a realização do sonho do casal, e também uma forma de amenizar a dor da perda.
     “Poderia ter o filho de outra pessoa e realizar esse sonho, não é isso. Era o sonho de ter um filho dele. É uma coisa mais completa. Poderia ter casado com outra pessoa, arranjado outra família, mas eu era feliz com ele, não era esse meu desejo. Eu me completei tendo um filho dele.”

     
       A menina Luiza Roberta nasceu nesta segunda-feira, em Curitiba. "Ela veio para fazer um novo recomeço na minha vida", afirma Katia, que diz que a filha, Luiza Roberta, é "muito parecida" com o pai.






   

Nenhum comentário:

Postar um comentário