RENATO MACHADO
Clipping Educacional - DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que até 600 mil dos tablets que serão comprados pelo governo acabarão destinados a professores --e não para alunos, como era o objetivo inicial do MEC ao lançar a licitação, ainda sob o comando de Fernando Haddad.
Como a Folha revelou na terça-feira, o MEC está concluindo uma licitação para a compra de até 900 mil tablets. Em outra mudança de versão, a atual gestão decidiu ficar com dois terços dos equipamentos previstos, deixando 300 mil para Estados e municípios.
No início da semana, o ministério havia informado que a divisão seria na proporção inversa. Pelas regras da licitação, não necessariamente serão compradas todas essas máquinas.
Também diferentemente do que o ministério disse na terça-feira, quando informou que o uso dos tablets seria aprendido e desenvolvido na prática, sem um plano pedagógico prévio, o ministro agora diz que há estudos de universidades federais e que os professores farão cursos para dominar a nova ferramenta.
Apesar de estar no cargo há dez dias e de não ter lançado a licitação para a compra, Mercadante disse ontem que o programa foi todo formatado na sua gestão.
Segundo ele, os equipamentos começarão a ser distribuídos a partir do segundo semestre deste ano. A expectativa é que todos sejam entregues até o fim do ano.
"Estamos definindo que, na educação, a inclusão digital começa pelo professor", disse o ministro, que também justificou o início pelo ensino médio afirmando ser esse o "grande nó da educação". "Os índices não são bons, a evasão escolar é alta."
O programa prevê que os tablets irão inicialmente para professores de 58,7 mil escolas do ensino médio onde há internet sem fio. A compra total é prevista em R$ 330 milhões, segundo o resultado prévio da licitação. O ministério estima que gastará sozinho R$ 150 milhões. O resto deve ficar para Estados e municípios.
A pasta quer que os tablets sejam usados para pesquisas e elaboração de material pedagógico. Os equipamentos terão aplicativos com conteúdo do próprio MEC e de instituições estrangeiras, como a Khan Academy, na qual foi feito uma parceria e 600 aulas já foram traduzidas para o português.
O MEC também informou estar distribuindo 78 mil "lousas eletrônicas", espécie de projetor para reproduzir o conteúdo produzido nos tablets.
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