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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Governo fixa Piso Nacional do Magistério em R$ 1.451, mas CNTE avisa: greve nacional está mantida



Entidade vai cobrar adoção imediata da lei por todos os estados e municípios

Escrito por: Najla Passos - Carta Maior

Os professores das escolas públicas venceram a queda de braço com governadores e prefeitos e conseguiram convencer o governo federal a determinar que o reajuste do Piso Nacional do Magistério seja feito com base no aumento do custo por aluno estabelecido pela Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Com isso, o menor salário a ser pago aos educadores brasileiros em regime de 40 horas, neste ano, será de R$ 1.451, um aumento de 22% sobre o salário pago no ano passado, que era de R$ 1.187.

Os governadores e prefeitos defendiam que o reajuste se baseasse no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que este ano foi de 6%.

Mesmo assim, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) mantém a convocação de greve nacional para os dias 14, 15 e 16 de março.

“Nós reivindicamos que todos os estados e municípios paguem o piso nacional do magistério, respeitando a estrutura das carreiras e o direito à hora-atividade”, esclarece a secretária-geral da entidade, Marta Vanelli.

De acordo com ela, apesar da lei ter sido sancionada em 2008, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, muitos estados e municípios ainda não a cumprem ou procuram burlá-la, retirando outros direitos dos trabalhadores.

É o caso dos três estados da federação que anteciparam a mobilização e já deflagraram greve. Os professores de Goiás estão parados desde o dia 6. Os de Rondônia cruzaram os braços no dia 23 e os do Piauí, nesta segunda (27).

“Em Goiás, por exemplo, o Estado aceitou pagar o piso nacional, mas achatou o resto da carreira. Os professores com nível superior, em regime de 40 horas, tiveram apenas R$ 30 de reajuste. Os salários subiram de R$ 1.980 para R$ 2.010”, explica ela.

A dirigente afirma que expectativa da CNTE é que outras regiões adiram ao movimento, paralisando as aulas em definitivo a partir da convocação nacional. As situações são díspares nos estados e municípios, mas em quase todos eles a categoria reivindica adequações à lei nacional.

“O Pará aceitou pagar o piso, manteve a estrutura da carreira, mas não paga a hora-atividade. Caso também de São Paulo e Paraná. As situações mais grave, entretanto, são dos estados de Minas Gerais, que possui duas tabelas de vencimentos, e do Rio Grande do Sul, que paga apenas R$ 868 para os professores em regime de 40 horas”, afirma.

Na convocatória para a greve nacional dos dias 14, 15 e 16, a CNTE reivindica também a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, a reestruturação das carreiras e o fim das terceirizações no setor.

“Não vamos dar sossego aos prefeitos e governadores enquanto não tivermos a Lei do Piso cumprida na sua totalidade”, diz o presidente da CNTE, Roberto Leão em vídeo destinado à categoria.

www.cut.org.br

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