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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mossoró: acampamento de estudantes na Dired completa 26 dias


 segunda-feira,11 de julho de 2011

O movimento ganhou o nome de "Resistência de Lampião" desde a sexta (08), quando a água e a luz foram cortadas do prédio.

Por Rogério Torquato


O movimento de estudantes da UERN e outras instituições segue acampado na Dired-Mossoró - já são 26 dias de ocupação, reivindicando melhorias na UERN e na área de Educação do Estado; e desde o fim da tarde da sexta (08) os acampados enfrentam mais um complicador - a água e a energia elétrica do local foram cortadas.

Nesta segunda (08), às 16h uma viatura policial estacionou em frente ao prédio e se tornou motivo de tensão, chamando inclusive a atenção da mídia local - há notícia, mais uma vez, que o movimento pode ser desalojado a qualquer momento para cumprir ordem judicial de despejo e reintegração de posse. Em solidariedade aos acampados de Mossoró, um grupo de jovens em Natal começou a acampar em frente à Governadoria, no Centro Administrativo, desde o final da manhã.

"Estamos sem serviço de energia e água. Os mesmos foram cortados através de uma 'ordem' judicial de autenticidade no mínimo duvidosa, uma vez que não possuía assinatura de nenhum juiz, não recebemos uma cópia do documento e quando pedimos para tirar uma fotografia o policial responsável se irritou e disse que estávamos: tentando 'avacalhar'. Foi uma ação totalmente autoritária", consideraram representantes do Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (CoMEM) à reportagem, via email em virtude da precariedade.

Confira o vídeo:



Os acampados lembraram um fato curioso. "No ato do corte da água, foi constatado pelo funcionário da Caern que o prédio da Dired funcionava com uma ligação clandestina, um 'gato'" - descoberta testemunhada por um repórter fotográfico de um dos jornais da região - ."e a direção da Dired não soube informar a origem do mesmo". Apesar da falta de água e luz, os acampados, após plenária, decidiram permanecer no local - e não faltou inspiração para se chamar a situação de momento com o nome sugestivo de "Resistência de Lampião".

Protesto na ribalta

Os revezes - mais o fato da PM volta e meia rondar a Dired, o que tem causado alguma insegurança - não impediram que o movimento de estudantes, junto com os movimentos de professores e funcionários da área da Educação, fizessem um protesto com faixas e apitaçoo na noite da sexta mesmo na entrada do Teatro Dix-Huit Rosado, onde a governadora Rosalba Ciarlini receberia uma comenda em um evento de um jornal local. Os rumores vindos de Mossoró horas antes, em especial o desenrolar dos acontecimentos na Dired, fizeram a governadora - que cumpria agenda em Assu - "pipocar" do compromisso (como se diz na região), e enviar um representante a Mossoró, ao mesmo tempo que ela retornava a Natal.

Mais tarde, um grupo de estudantes e professores teve acesso às dependências do teatro, e ali fizeram um rápido protesto com palavras de ordem e apresentando faixas - deixando a maioria dos presentes sem ação (alguns ensaiaram vaias, e os mais exaltados consideraram o protesto "coisa de baderneiros"). Mais tarde os estudantes emitiram nota à população frisando não haver contra o jornal que promoveu o evento (muito menos contra o evento em si), e lembrando que a questão é com o Governo do Estado.

O andamento das coisas

Quanto aos aspectos jurídicos em torno da abertura de negociações, pontos em discussão e aspectos relacionados, o movimento está em compasso de espera - "Só poderemos dar um posicionamento melhor a partir de amanhã (terça, 12), pois teremos uma reunião com membros da OAB e nossa assessoria jurídica", comentou o CoMEM.

Enquanto isso, buscam-se modos de aliviar o problema da falta de água e luz na Dired - estuda-se, por exemplo, o uso de um gerador pelo menos para a geladeira do prédio e uma tomada para equipamentos eletrônicos, e abastecimento de água via carro-pipa. No aspecto de comunicação, têm-se buscado melhorias dentro das possibilidades no serviço de vídeo via redes sociais.
Fonte: Nominuto

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