Câmara aprova Plano Nacional de Educação com destinação de 10% do PIB
Brasília - Após 18 meses de tramitação, a
Câmara aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE). A proposta, aprovada
por unanimidade, inclui uma meta de investimento de 10% do Produto
Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos.
Esse era o ponto mais polêmico do
projeto, após muitas negociações o relator apresentou um índice de 8% do
PIB, acordado com o governo. Mas parlamentares ligados à educação e
movimentos sociais pressionavam pelo patamar de 10%.
O relator da matéria, Ângelo Vanhoni
(PT-PR), acatou um destaque do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE)
que aumentava o patamar de 8% do PIB proposto pelo governo para 10%.
Conforme o texto aprovado, a determinação é que se amplie os recursos
para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no prazo de cinco anos,
até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. A proposta agora segue
para o Senado.
O PNE estabelece 20 metas educacionais
que o país deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no
investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em
creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros
profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a
oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas
públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez
anos a partir da sanção presidencial.
A conclusão da votação do PNE, adiada
diversas vezes, se deu em parte pela pressão dos estudantes que lotaram o
plenário da comissão. Uma caravana da União Nacional dos Estudantes
(UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), com
cerca de 200 alunos dos ensinos médio e superior, permaneceram na
comissão durante toda a reunião pedindo a aprovação do projeto.
[...]
A bandeira dos 10% do PIB para área é
causa antiga dos movimentos da área e foi comemorado por estudantes e
outros movimentos que acompanharam a votação. “Para nós os 10% [do PIB
para a educação] é o piso para que o Brasil tome a decisão de concentrar
investimento em educação. Vem uma década chave aí pela frente de
oportunidades para o país com Copa do Mundo, Olimpíadas, pré-sal”, disse
o presidente da UNE.
A aprovação também foi comemorada pela
Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entidade que congrega vários
movimentos da área e sempre defendeu que a proposta de 8% do PIB
apresentada pelo governo era insuficiente. “A diferença entre os 8% e os
10% está basicamente no padrão de qualidade. É possível expandir as
matrículas com 8% do PIB, a diferença está na qualidade do ensino que
será oferecida que não fica garantida com o patamar defendido
anteriormente”, comparou o coordenador-geral da entidade, Daniel Cara.
Edição: Rivadavia Severo
http://agenciabrasil.ebc.com.br/
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