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sábado, 23 de junho de 2012

Veja os erros e acertos na organização da Rio+20

Veja os erros e acertos na organização da Rio+20

Maior encontro da história da ONU teve hotéis caros, manifestações e trânsito ruim, mas também exposições concorridas e boa organização no Riocentro

iG Rio de Janeiro |
Maior encontro da história da ONU, a Conferência para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20 terminou nesta sexta-feira (22) com uma lista de erros e acertos tão variada quanto o público que circulou pelo evento nos últimos dez dias.
Agência Brasil
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Antes mesmo do início do evento, a organização da Rio+20 já deu seu primeiro tropeço quando o Itamaraty contratou a agência Terramar para organizar a hospedagem das delegações estrangeiras. A taxa de administração imposta pela agência, de pelo menos 25% sobre o valor da diária, causou revolta entre as comitivas estrangeiras e obrigou o governo a intervir para reduzir o valor da hospedagem.
Se a hospedagem foi motivo de críticas, o mesmo não pode ser dito da chegada das delegações à cidade. O movimento nos aeroportos foi tranquilo e não houve registro de problemas nos vôos internacionais que chegaram ao Rio.
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Como já era temido por cariocas e estrangeiros, o trânsito também não facilitou a vida de quem precisava se deslocar pela cidade. Ao decretar feriado nos três principais dias do encontro, o prefeito Eduardo Paes conseguiu desafogar o tráfego e facilitar a circulação das delegações estrangeiras, que chegaram sem dificuldade ao Riocentro. Mas, o trânsito ficou caótico em trechos como a Linha Vermelha. Os congestionamentos no centro da cidade, causados por várias  manifestações, também foram suficientes para azedar o humor de muitos cariocas.
Ainda no quesito trânsito, a já conhecida má sinalização da cidade levou uma comitiva de japoneses que iria visitar a Estação de Tratamento de Esgoto da Cedae na favela Parque Alegria, no Caju, a errar o caminho e entrar em uma rua da comunidade 950. Os japoneses chegaram a avistar bandidos armados. Por sorte, conseguiram deixar o local e os criminosos nada fizeram.
No principal palco da Rio+20, o Riocentro, cariocas e visitantes conviveram com erros e acertos no transporte. Se, por um lado, a oferta de ônibus fretados com seis rotas funcionou bem, a dificuldade de pegar táxis na região incomodou quem tinha pressa e não podia esperar por transportes coletivos. De taxistas cobrando valores absurdos por corridas curtas à falta de um ponto definido para os táxis, encontrar um carro disponível que utilizasse o taxímetro foi quase uma loteria.
Preço das refeições irritou visitantes
Outro ponto que oscilou muito foi a alimentação oferecida nos diversos espaços de eventos durante a Rio+20. No Riocentro, a diversidade dos restaurantes agradou os visitantes apesar das longas filas que se formavam no horário de almoço. Já no Parque dos Atletas, foi motivo de piada a placa que identificava a praça de alimentação como espaço de “gastronomia multicultural”, uma vez que havia apenas sanduíches e pizzas à disposição dos visitantes. O mesmo aconteceu na Cúpula dos Povos, no Flamengo.
Agência Brasil
Menino confere exposição no Forte de Copacabana
No Forte de Copacabana, que recebeu o evento mais popular da Rio+20 – o Humanidade 2012 – quem tentava almoçar no local precisava ser rápido, porque a comida do único restaurante do Forte não era suficiente para o número de clientes. No quesito alimentação a unanimidade foi a indignação com os preços praticados durante a Conferência. Com o copo de 200ml de água custando até R$ 5, alimentar-se durante a Rio+20 foi quase insustentável.
Para amenizar a insatisfação dos visitantes com itens como a alimentação, a simpatia e a boa vontade de atendentes e voluntários foram pontos positivos. Mesmo quando não falavam inglês, os profissionais destacados para atender o público, especialmente no Riocentro, se esforçavam para ajudar e orientar os visitantes da melhor maneira possível.
Copo fedorento e falta de tradutores
O Riocentro também colecionou erros e acertos. Entre as reclamações mais inusitadas destacaram-se o ar condicionado mais gelado do planeta, que levou até mesmo os estrangeiros a se agasalharem, e os fedorentos “copos sustentáveis” feitos de espiga de milho. Chamou atenção ainda o fato de que nem todos os discursos e coletivas de imprensa tinham intérpretes. Chefes de algumas delegações, como o da Rússia, falaram em sua língua nativa sem tradutores.
Na lista dos acertos do Riocentro não poderiam ficar de fora os telões espalhados pelos pavilhões transmitindo os discursos dos chefes de Estado e representantes de países. Um dos maiores, instalado na praça de alimentação, foi o mais concorrido.
Penetras na área da imprensa
No espaço destinado aos profissionais de mídia, que recebeu jornalistas do mundo todo, o saldo também foi positivo. A grande quantidade de computadores disponíveis e a rapidez da conexão à internet facilitaram a transmissão de notícias. O ponto negativo foi a entrada de “penetras” na sala de imprensa. Enquanto jornalistas apressados disputavam computadores, participantes do evento passavam o tempo lendo horóscopo e até pagando contas online. Não por acaso, os organizadores do evento colaram cartazes por toda a área a fim de garantir que o espaço fosse usado apenas por jornalistas.
No que diz respeito aos eventos paralelos, o maior sucesso de público foi, sem dúvida, o Humanidade 2012. A exposição, concebida e idealizada pela diretora e cenógrafa Bia Lessa, no Forte de Copacabana, superou as expectativas de público e gerou filas gigantescas. Apesar das filas, o público não desanimou devido a rara possibilidade de uma exposição tão ampla e criativa estar à disposição inteiramente gratuita.
Já o Parque dos Atletas foi o “patinho feio” da Rio+20. O espaço, que era para ser um lugar de interação entre o público e as delegações, ficou vazio a maior parte do tempo. A localização e falta de transporte no local podem ter sido as causas do esvaziamento do espaço.
Camelódromo dos índios fez sucesso
Agência Brasil
Cúpula dos povos: menina brinca com globo gigante no aterro do Flamengo, neste domingo
Enquanto isso, na Cúpula dos Povos, o “camelódromo” improvisado com artesanatos feitos pelas tribos indígenas foi um acerto. Mas, os índios erraram ao cobrar para tirar fotos com os estudantes que ficaram encantados com suas pinturas e vestuários.
Também pesou a falta de sinalização adequada no local. O público ficou perdido, não encontrava a programação que queria e choveram reclamações. No meio da confusão, a reportagem chegou a encontrar um mapa colocado ao contrário, que deve ter deixado muita gente com torcicolo.
Apesar de todos os problemas, a segurança do evento merece destaque entre os pontos positivos. O maior evento da história da ONU ocorreu sem incidentes mais graves ou relatos de crimes e violência contra os visitantes.
Leia o especial Rio+20.
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